A NOTÍCIA
Lei prevê 14° salário para professores de escolas que tiverem bons resultados no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).
O projeto, de autoria do senador Cristovam Buarque (PDT-DF), prevê que, para ter direito ao 14° salário no final do ano, os professores precisam elevar o Ideb de sua escola em pelo menos 50%.
Também serão beneficiados profissionais de escolas que alcançarem um índice igual ou superior a sete. O indicador foi criado em 2005 e avalia a qualidade do ensino público a partir do desempenho dos alunos na Prova Brasil e das taxas de aprovação.
Escolas, municípios e estados ganham uma nota, em uma escala que vai de zero a dez. A média nacional em 2007 foi de 4,2 pontos para os anos iniciais do ensino fundamental. O novo Ideb será divulgado em 2010.
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FONTE: http://educacao.ig.com.br/us/2009/11/10/ 10/11/09
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A CRÔNICA
SÓ PARA DESANUVIAR, ANTES DE MAIS NADA: PROFESSOR DEVERIA SER A CATEGORIA MAIS BEM REMUNERADA DO MUNDO.
Não sei se minhas teses têm fundamentos, mas não me parece uma boa idéia premiar professores pela produtividade com dinheiro. Entendo a educação como um processo de formação integral do indivíduo, uma preparação complementar para a vida. Esse tipo de compensação pode legitimar uma tragédia que vem acontecendo há muito tempo no sistema educacional. Ele está muito mais voltado para a preparação do sujeito para o mercado de trabalho do que qualquer outro fim. E mesmo sendo assim, a preparação tem sido péssima na maioria dos casos.
Ora, a escola não pode se tornar apenas instrumento das relações de produção! Se assim for, não podemos sequer queixar de que, não havendo espaço para todos num mercado seletivo, alguns descambem para a marginalidade pura e simples. É um complexo sistema de inter-relações que nem dá para ser tratado em uma crônica simplória, mas que tem seus desdobramentos negativos nesse aspecto, isso eu afirmo com todos os ônus possíveis para mim. Um professor é uma extensão de um lar, de uma família e não de uma teia de relações sociais de produção. A partir do instante que a sua valorização depende de gratificação extra para aprovar e melhorar alunos, sua atenção pode se concentrar exclusivamente em resultados palpáveis e não mais em formar pessoas. O que seria educar viraria treinar, disciplinar, adestrar pessoas. Então, nesse caso, melhor mesmo é ensinar às crianças até a alfabetização e a partir daí, coloca-las logo em instituições exclusivamente profissionalizantes e pronto. Aí, sim, está desfeita a ligação aparentemente real de que estará educando. Sairão todos prontos para serem mão de obra disponível no chamado exército de reserva do mercado de trabalho e acabaríamos com a hipocrisia de que a escola é lugar para se educar. Melhor colocar uma placa na porta: Centro de Formação, Disciplinamento e Adoção para o Mercado.
NOTA: Mesmo discordando dessa lei, contemporizo com o senador por considerá-lo uma voz quase solitária em defesa da qualidade da educação no Brasil nos meios do executivo e legislativo.
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