tenho uma história
uma que parece um filme
de um cara perdido num corredor
parecia o...
o que era mesmo que eu estava falando?
[...]
tenho uma história
uma que parece um filme
de um cara perdido
que ouvia seus próprios pensamentos
o tempo todo.
parece que ele sabe um segredo
mas não quer falar.
parece que ele sabe,
parece?
ele sobe as escadas do edifício e bate na porta três vezes.
espera que alguém lhe atenda.
mas não há ninguém com quem conversar.
não sobre estas coisas mais estranhas
que as pessoas procuram evitar quando se é cedo
porque parece que cedo elas não querem saber o que aparentemente seria melhor discutir mais tarde.
logo, ele volta.
desce os degraus e anda pela calçada.
acende o cigarro e olha para as vitrines.
e olha para as pessoas.
e olha.
e vê.
e, quem sabe,
pássaros...
e, quem procura,
ventos...
e, quem encontra,
nuvens...
e, quem se perde,
folhas...
e, quem responde,
chuva...
e, quem acorda,
lua...
e, quem imagina,
ideias...
ele atravessa a rua.
e muitas ruas...
e muitas casas...
e muitos postes...
e muitos fios...
e muitas luzes...
e muitas coisas...
tantas que ele nem consegue separar
o que foi do que é e o que está por vir.
ele está bêbado.
parece cansado.
parece engraçado.
parece feliz
parece
só parece
mas nada é mesmo,
exatamente,
o que se acha
quando se perde
o sono.
(peter zoster)
[imagem: jack pollock]
parecia o...
o que era mesmo que eu estava falando?
[...]
tenho uma história
uma que parece um filme
de um cara perdido
que ouvia seus próprios pensamentos
o tempo todo.
parece que ele sabe um segredo
mas não quer falar.
parece que ele sabe,
parece?
ele sobe as escadas do edifício e bate na porta três vezes.
espera que alguém lhe atenda.
mas não há ninguém com quem conversar.
não sobre estas coisas mais estranhas
que as pessoas procuram evitar quando se é cedo
porque parece que cedo elas não querem saber o que aparentemente seria melhor discutir mais tarde.
logo, ele volta.
desce os degraus e anda pela calçada.
acende o cigarro e olha para as vitrines.
e olha para as pessoas.
e olha.
e vê.
e, quem sabe,
pássaros...
e, quem procura,
ventos...
e, quem encontra,
nuvens...
e, quem se perde,
folhas...
e, quem responde,
chuva...
e, quem acorda,
lua...
e, quem imagina,
ideias...
ele atravessa a rua.
e muitas ruas...
e muitas casas...
e muitos postes...
e muitos fios...
e muitas luzes...
e muitas coisas...
tantas que ele nem consegue separar
o que foi do que é e o que está por vir.
ele está bêbado.
parece cansado.
parece engraçado.
parece feliz
parece
só parece
mas nada é mesmo,
exatamente,
o que se acha
quando se perde
o sono.
(peter zoster)
[imagem: jack pollock]
1 comentários:
os sonhos são verdadeiras metáforas do EU. Esse poema é uma quebra, muito bom!
Postar um comentário