Cenas do filme: A Lista de Schindler |
Poema de Akira Riber Junoro
Eu gosto tanto de ti
que dói,
como se gostar fosse coisa antinatural.
Como não,
que dói,
como se gostar fosse coisa antinatural.
Como não,
gostar é coisa antinatural!
É contrariar o que somos de verdade:
bestas de quatro andando numa rocha solitária
em torno do sol
e nos ver como anjos,
que fugiram ao controle do Senhor
apenas para voar pelas nuvens
e comer nacos dela como se fossem algodão.
Eu gosto tanto de ti que sinto
o gosto da contradição
do meu instinto dizendo não, não, não,
enquanto meu corpo e alma imploram por sim
Porque a vida nos fez
para cuidar apenas de nossos umbigos
e de preferência controlar o umbigo dos outros
e gostar é correr o risco
de ter que escolher entre eu mesmo
e você
quando a escolha óbvia
sempre deveria ser: "Eu!"
Eu gosto de ti que peno
em pensar que, agora,
tenho o compromisso inadiável
de te ver feliz,
a responsabilidade de te cuidar.
E eu,
como animal que sou,
sei que inevitavelmente, às vezes, vou te fazer sofrer
e isso vai doer em mim como se eu tivesse algo a ver com você.
Tal um lobo que por doidura
- pena da ovelha -
optou em morrer de fome
e mastigar grama inutilmente.
Você só me faz engasgar!
Ter raiva de não ser perfeito.
Levantar o punho contra o céu vazio
como a me questionar ao silêncio
a razão dele nunca responder.
Por tua culpa traí a natureza
o que o universo me fez ser
e considerar outra coisa
além de mim mesmo.
Gosto tanto de ti
que um dia vou te perder numa curva;
numa avenida sem movimento
ou na multidão de eventos
e neste dia saberei
que aquilo que me fazia rir naturalmente
e sentir tesão pela vida
era na verdade coisa tua
não minha.
(Akira Riber Junoro. Meu lema: Cinema!. 11/agosto/2012. 15h17)
É contrariar o que somos de verdade:
bestas de quatro andando numa rocha solitária
em torno do sol
e nos ver como anjos,
que fugiram ao controle do Senhor
apenas para voar pelas nuvens
e comer nacos dela como se fossem algodão.
Eu gosto tanto de ti que sinto
o gosto da contradição
do meu instinto dizendo não, não, não,
enquanto meu corpo e alma imploram por sim
Porque a vida nos fez
para cuidar apenas de nossos umbigos
e de preferência controlar o umbigo dos outros
e gostar é correr o risco
de ter que escolher entre eu mesmo
e você
quando a escolha óbvia
sempre deveria ser: "Eu!"
Eu gosto de ti que peno
em pensar que, agora,
tenho o compromisso inadiável
de te ver feliz,
a responsabilidade de te cuidar.
E eu,
como animal que sou,
sei que inevitavelmente, às vezes, vou te fazer sofrer
e isso vai doer em mim como se eu tivesse algo a ver com você.
Tal um lobo que por doidura
- pena da ovelha -
optou em morrer de fome
e mastigar grama inutilmente.
Você só me faz engasgar!
Ter raiva de não ser perfeito.
Levantar o punho contra o céu vazio
como a me questionar ao silêncio
a razão dele nunca responder.
Por tua culpa traí a natureza
o que o universo me fez ser
e considerar outra coisa
além de mim mesmo.
Gosto tanto de ti
que um dia vou te perder numa curva;
numa avenida sem movimento
ou na multidão de eventos
e neste dia saberei
que aquilo que me fazia rir naturalmente
e sentir tesão pela vida
era na verdade coisa tua
não minha.
(Akira Riber Junoro. Meu lema: Cinema!. 11/agosto/2012. 15h17)
Akira RiberJunoro autor de poemas, prosas, ensaios e manifestos. O poe-prosista diz "O que escrevo é transição, não eternidade." , "O ato de compor é como remeter uma carta reveladora/Endereçada ao meu Eu futuro." Professor desde o rebento e sem identidade certa. Em breve um comparsa de um novo espaço cultural denominado por Recado para Qualquer Ouvinte.
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