ESSA NOITE, NÃO!

segunda-feira, julho 25, 2011 1 comentários
O título acima é de uma música (abaixo) de Lobão que dei a interpretação que me coube no momento. Não é o caso aqui de inventar o que o compositor quis dizer com os versos e sim o que eu ousei. É que a solidão tem motivos variados. E acontece que eu estava pensando agora há pouco sobre  holofotes  que se acendem e se apagam criando luminosidades ou ofuscando caminhos.

Olha só como é que eu vejo algumas acontecências na vida: O instinto de sobrevivência humano era para ser apenas um mecanismo de defesa. Virou competição e nesse caso, a melhor defesa é o ataque. Não quer dizer que o ataque tenha o fim de matar um ou outro, apesar de acontecer muitas e muitas vezes, mas através de uma competição para o vivente sobressair acima de tudo e de todos. Ah, se não fossem umas leis... Já teria gente montando impérios como na moda antiga, cheios de haréns, escravos e súditos. Vontade é que não falta por aí.

A busca da fama, o desejo de reconhecimento, a população que aumentou demasiadamente, o talento do ser humano, a inteligência, a imaginação e a criatividade não comportam tudo o que todos querem e nem todos se satisfazem com uma pequena notoriedade. Tem-se que ser o maior, o melhor. Tudo e todos ao Sucesso. Assim como se produz essa máxima no mundo dos negócios, se reproduz na vida pessoal. A necessidade de se sobressair pode levar à glória se tudo der certinho, seja por talento puro, esforço descomunal, fraude ou apenas sorte. Ou à depressão se as coisas não se efetivarem conforme se deseja. Também pode levar a um inconformismo marginalizante ou ainda pode levar a um auto-extermínio. Poucos se contentam com a efemeridade e a não imortalidade em vida. Nem que seja apenas um reconhecimento em família. Afinal, a vida vive procurando sentidos e levando a gente junto, não é mesmo?

A cidade enlouquece sonhos tortos
Na verdade nada é o que parece ser
As pessoas enlouquecem calmamente
Viciosamente, sem prazer

A maior expressão da angústia
Pode ser a depressão
Algo que você pressente
Indefinível
Mas não tente se matar
Pelo menos essa noite não

As cortinas transparentes não revelam
O que é solitude, o que é solidão
Um desejo violento bate sem querer
Pânico, vertigem, obsessão

A maior expressão da angústia
Pode ser a depressão
Algo que você pressente
Indefinível
Mas não tente se matar
Pelo menos essa noite não

Tá sozinha, tá sem onda, tá com medo
Seus fantasmas, seu enredo, seu destino
Toda noite uma imagem diferente
Consciente, inconsciente, desatino

A maior expressão da angústia
Pode ser a depressão
Algo que você pressente
Indefinível
Mas não tente se matar
Pelo menos essa noite não

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