Veganismo: uma nova religião?

terça-feira, abril 06, 2010 1 comentários



Por Giovanna Chinellato
do site da Anda

Discute-se no Reino Unido que o veganismo merece as mesmas proteções legais que a religião. Isso pode parecer meio utópico, mas em novembro passado um tribunal votou a favor de um empregado que disse ter sido mandado embora por causa de suas crenças ambientalistas.

O comitê de igualdade e direitos humanos redigiu uma proposta nova à Equality Bill (lei da igualdade), que traria – e limitaria – uma nova interpretação ao conceito de religião. “Uma crença não necessariamente inclui fé ou adoração a deuses, mas afeta como uma pessoa vive sua vida ou percebe o mundo”. Em vez de proteger apenas religiões principais, poderia envolver cultos, religiões alternativas e até a “falta de fé” que os ateístas mantêm.

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1 comentários:

  • Loan disse...

    Considero uma grande vitória qualquer medida judicial a favor do veganismo (rótulo este desagradavelmente necessário, por enquanto) contanto que seja vinculada a questões filosóficas (de princípios, objeção de consciência) e não por motivos religiosos (exceto quando for o caso). Tudo isso é uma possibilidade de debate e reflexão pública sobre o tema, coisa inevitável com a "crescência" do veganismo nas cidades. As pessoas podem até negar, mas todos temos convicções que beiram a religião, por sua força e comprometimento, porém "religião” remete a algo que está fora da razão, do pensamento e do livre arbítrio. Está mais ligada a uma obediência, a um voto e a um fervor. Não que a emoção seja ruim (ela é a base da justiça) porém a justiça é formada de emoção e razão, principalmente - por mais vaga que seja. É interessante lembrar que a “crença” ambiental, por exemplo, está sendo cada vez menos tratada como peculiaridade, ou excentricidade. Do contrário, é como se nossas vistas estivessem embaçadas e não conseguíssemos enxergar a mais de um palmo de nossos nariz(es). É pensar que o mundo não é nossa casa, e que estamos em uma festa “open bar”, só que, no outro dia, acordaremos de ressaca, em um mundo atolado de lixo, sem nicho e sem bicho. Tudo tem os dois (ou +) lados. Chamar o veganismo de crença pode ser bom ou ruim. Bom nesses casos em que há um interesse para ser defendido, ruim quando se quer apenas ridicularizá-lo. Isso me lembra a história de um pastor que foi mandado embora de sua institiurdção porque não conseguiu arrecadar o faturamento mensal ou, então, de um bispo que sofreu ameaças porque estava prestes a denunciar seus colegas pedófilos. Sofreram ameaças, discriminação, só porque tinham “crenças” próprias, que não batiam com a tradição atual? A luta pelos direitos humanos também sofre muita discriminação, ainda. O que é comum um dia, no outro pode não ser. O comércio animal gera lucro e prazer a muita gente nesse planeta. Que pena que sejamos ainda uma minoria.

    "Os animais do mundo existem para seus próprios propósitos. Não foram feitos para os seres humanos, da mesma forma que os negros não foram feitos para os brancos, nem as mulheres para os homens." (Alice Walker, escritora estado-unidense)

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